CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA
Escobar se levanta na frente do trono de julgamento de Xena, segurando um pergaminho. Ele o desenrola, mas está faltando um cabo em uma das pontas, então o pergaminho enrola de novo. Ele o desenrola e o pergaminho enrola de novo.
ESCOBAR
O primeiro caso...
Ele desenrola o pergaminho. O pergaminho enrola de novo.
ESCOBAR
(continua)
O primeiro caso hoje será...
Ele desenrola o pergaminho, e este enrola de novo. Xena olha em volta do salão, aparentemente procurando por algo. Gabrielle enfia a mão no bolso a seu lado, também olhando.
GABRIELLE
Que droga, eu achei que tivesse...
Os homens encapuzados atiram suas flechas. Xena se levanta e apanha a ambas no meio do ar sem torcer uma sobrancelha. Ela continua descendo pelos degraus e agarra o pergaminho de Escobar.
GABRIELLE
(continua)
Oh sim, esses vão servir.
Xena amarra o pergaminho às flechas, e o entrega de volta a Escobar. Ela se vira e volta para o trono e se senta, arrumando suas saias com um movimento impetuoso.
Escobar olha fixamente para as flechas, depois para Xena. Atrás da plataforma, os dois homens encapuzados estendem o pescoço para ver o que aconteceu. Eles olham um para o outro espantados e confusos.
ESCOBAR
O... obrigado, Vossa Majestade.
Os homens encapuzados abaixam o arco, e se acotovelam juntos, sussurrando.
XENA
Esteja pronto.
ESCOBAR
Claro. A-ram. O primeiro caso hoje
será o de Jason, o pastor, que está
acusando Koch, o dono do moinho,
de cortar árvores em seus pastos
e matar duas ovelhas.
Um homem na frente se levanta. Ele está muito bem vestido. Outro homem tenta se empurrar vindo de trás, mas ele é detido na balaustrada.
Xena aponta para o primeiro homem. Ele era um dos homens que tentou suborná-la.
XENA
Quem é você?
HOMEM
Sou Koch. Eu sou inocente, Vossa
Majestade. Eis o que aconteceu, eu
estava apenas passando pelos prados
do miserável bastardo, e eu estraguei
um bom par de botas ao fazer isso!
Aquelas ovelhas! Elas fedem! Mas...
XENA
(em alta voz)
Cale-se!
Ela aponta para o segundo homem.
XENA(continua)
Quem é você?
GABRIELLE
(sussurrando)
Aposto dez dinares que é Jason.
HOMEM
Eu sou Jason, Vossa Majestade!
Jason pára de falar e espera. Xena sorri para ele. Ela acena para ele avançar.
XENA
Deixe-o vir aqui em cima.
De má vontade, o guarda deixa Jason entrar. Ele caminha subindo até a plataforma. Suas botas estão cobertas com o que se esperaria que as botas de um pastor estivessem cobertas, e ele cheira como alguém que passa muito tempo entre as ovelhas.
GABRIELLE
Ah.
XENA
(atrás da mão)
Isso te deu saudade?
Gabrielle apenas lhe lança um olhar.
XENA
(continua)
(para Jason)
Conte-me o que aconteceu.
KOCH
Mas Vossa Majestade!
Eu não terminei!
Xena dá um encarada nele.
JASON
Estava frio. Eu estava com meu rebanho
de um lado do prado, perto das
árvores, fora do vento.
Xena assente.
KOCH
Isso é mentira!
XENA
(apontando para Koch)
Cale-se ou eu irei arrancar sua língua.
Todos olham fixamente para Xena. Gabrielle coça a parte de cima do nariz.
GABRIELLE
(pigarreando)
Ela não é tão bondosa e
gentil quanto parece.
Xena estava para falar. Ela pára e lança um olhar para Gabrielle.
XENA
Continue.
JASON
O dono do moinho começou a cortar as
árvores, eu disse a ele que esperasse,
mas ele se recusou. Ele cortou uma
árvore e ela caiu no meu rebanho.
Duas ovelhas foram mortas.
Jason aponta para Koch.
JASON(continua)
Ele riu.
KOCH
Mentira! Quem vai acreditar
em um pastor?!
GABRIELLE
Quanto as ovelhas
custavam?
JASON
(encorajado)
Cinqüenta dinares cada.
KOCH
Mentira! Eu não estive nem
perto desse prado!
XENA
(apontando para Koch)
Achei que você tinha dito que esteve.
Achei que tivesse estragado suas botas.
Pego por suas próprias palavras, Koch se senta, fumigando. Xena e Gabrielle se inclinam juntas brevemente e sussurram.
XENA
(continua)
Provavelmente não matou a
maldita ovelha de propósito.
GABRIELLE
E ovelhas não chegam a
valer cinqüenta dinares.
Xena reflete. Atrás dela, as duas figuras encapuzadas reaparecem, desta vez portando dardos envenenados.
XENA
Tudo bem. Você...
Ela aponta para Koch novamente.
XENA
(continua)
...foi responsável por acabar com
parte do rebanho deste homem.
KOCH
Mas…!!
XENA
QUIETO!
GABRIELLE
(apontando para Jason)
E, ao menos que suas ovelhas tivessem
tosões de ouro, eu acho que cinqüenta
dinares é um pouco demais.
O pastor sorri, e encolhe os ombros.
JASON
Eu não achei que seria ouvido.
Mas eu tentei assim mesmo.
XENA
(apontando para Koch)
Eis o que vamos fazer.
Você vai dar lenha a ele por
todo o inverno. Entendeu?
Jason parece surpreso, pensa, então concorda. Koch abre sua boca para gritar, depois pára, pensa, e também concorda.
XENA
(continua)
Pra fora! Próximo!
Escobar consulta seu pergaminho. A multidão começa a conversar. As figuras encapuzadas rastejam adiante, e erguem suas zarabatanas.
DESVANECE PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA - ATRÁS DA PLATAFORMA DO TRONO
Nós temos uma visão a partir do ponto de vista das figuras encapuzadas. Nós podemos ver os ombros e cabeça de Xena, e as costas do braço de Gabrielle. Uma das figuras encapuzadas abaixa a mão.
VULTO 1
Pegou um bom ângulo?
VULTO 2
Na grandona sim.
Na outra não.
VULTO 1
Ela é baixinha demais!
DESVANECE PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA - PLATAFORMA DE JULGAMENTO
Gabrielle olha para Xena.
GABRIELLE
Você acabou de fazer uma piadinha?
Xena franze a testa.
XENA
Eu? Não!
(olhando para Escobar)
Bem?
Escobar tem vários pequenos pedaços de pergaminho com os quais ele está atrapalhado.
ESCOBAR
Um momento, Majestade. Este
caso é muito complexo, e eu
fiz muitas anotações...
Escobar deixa cair as anotações. Ele se ajoelha para pegá-las. Xena começa a se contorcer. Gabrielle percebe. Ela dá um tapinha na mão de Xena e se levanta, caminhando até um pedaço ornado de madeira esculpida em bastão que está em um dos lados da plataforma.
ESCOBAR
(continua)
Se eu simplesmente conseguir dar uma
arrumada nisto nós podemos começar.
DESVANECE PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA - ATRÁS DA PLATAFORMA DO TRONO
As figuras encapuzadas se preparam.
VULTO 1
Assim é melhor. Agora eu a tenho.
VULTO 2
Eu fico com a grandona. Pronto?
Um... Dois....
VULTO 1
Espere. Vamos usar dois em cada.
Para ter absoluta certeza.
Eles carregam as zarabatanas com dois dardos, depois inalam e colocam os tubos em suas bocas, mirando direto para Xena e Gabrielle.
DESVANECE PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA - PLATAFORMA DE JULGAMENTO
Gabrielle golpeia a madeira com uma mão e ela se solta. Ela a ergue e a examina, depois se vira para Xena.
GABRIELLE
Tens algo para cravar?
Xena examina suas mãos, depois estende as unhas.
XENA
Apenas isto.
Gabrielle caminha para trás com a tábua assim mesmo. Xena se levanta enquanto ela chega perto, e estende sua mão na direção da tábua.
XENA
(continua)
Escobar, suba aqui.
Escobar se apressar para juntar-se a elas, mas tropeça assim que alcança a plataforma, espalhando os pedaços de pergaminho por todo o lado. Gabrielle arremessa a tábua para Xena enquanto se ajoelha para ajudar a pegá-los.
Quando a tábua passa voando entre elas, Xena dá um passo à frente e os quatro dardos se incrustam na madeira com uma série de minúsculos sons de encaixe. Xena a agarra e continua a se mover, entregando a tábua para Gabrielle quando ela se endireita de pé.
GABRIELLE
Oh... ei, obrigada.
Ótima idéia.
Gabrielle fixa as anotações na tábua com os dardos, depois a entrega para Escobar. Gabrielle espana a poeira as mãos e se levanta. Ela e Xena caminham de volta e se sentam. Escobar ergue a tábua e começa a ler.
DESVANECE PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - DIA - ATRÁS DA PLATAFORMA DO TRONO
As duas figuras encapuzadas olham uma para a outra, aflitas.
VULTO 1
Tudo bem. Agora eu estou realmente irado.
VULTO 2
É! Agora teremos que ser sórdidos.
Os dois rastejam.
CORTA PARA:
CENA INT. SALÃO DE BANQUETE DA ESTALAGEM - DIA - MAIS TARDE
O salão foi arrumado para servir um generoso almoço. Cidadãos bem vestidos estão parados de pé em volta dali, todos conversando com gestos vigorosos. É visível que eles não estão inteiramente felizes.
Xena e Gabrielle entram. A sala fica em silêncio. Todos olham fixamente para elas. Xena e Gabrielle passeiam pelo aposento, ignorando bastante os olhares assassinos.
GABRIELLE
Eu acho que fizemos muito bem,
não acha? Cinco baixas, e
quantos ainda faltam?
Xena parece satisfeita.
XENA
É. Mas aquele sujeito com
cinco pessoas acusando-o de
enganá-las me deixou irritada.
GABRIELLE
Eu acho que ele entendeu tal ponto depois que
você disse a ele para deixar cada uma delas entrar
na loja dele por um quarto de tempo da queima
de uma vela e deixá-las levar o que quiserem.
Xena dá risada.
XENA
Acho até que fui muito indulgente.
Ambas caminham sobre uma corda estirada no chão. Enquanto continuam a caminhar, uma armadilha se arma e a corda se transforma em um laço que rapidamente se contrai em volta de suas pernas.
Xena e Gabrielle caminham para fora da laçada que se fecha assim que ela as alcança, e continuam subindo um baixo degrau até uma mesa preparada para elas. Elas se sentam nas duas grandes cadeiras. A corda se fecha e voa pelo ar, batendo em um grupo de três garfos de lavoura amarrados juntos acima do nível da cabeça.
GABRIELLE
Eu acho que os casos difíceis serão
os de depois do almoço. É quando
será trazido o problema de Maltos.
Elas estão sentadas a uma mesa quadrada. Há quatro outras cadeiras presentes. Relutantemente, Maltos, Escobar, e dois outros sobem até lá para se juntarem a elas, e se sentam. Eles todos parecem nervosos.
GABRIELLE
(continua)
Então, como estamos indo até agora?
Todos os quatro olham fixamente para ela.
GABRIELLE
(continua)
Obrigada. Foi o que nós pensamos também.
Criados entram com bandejas. Um segura uma bandeja com dois grupos de pratos, obviamente designados a Xena e Gabrielle. A outra bandeja tem pratos para o resto da mesa. Os dois criados se aproximam e nós percebemos que são os mesmos vultos encapuzados agora vestidos em camisas de babados e calções folgados.
XENA
(para a mesa)
Cuidado com o que
pedirem da próxima vez.
Os criados começam a servir as tigelas, mas são interrompidos pela porta se abrindo. Um homem pobremente vestido em trapos e de pés descalços se investe para dentro e se dirige até a mesa principal.
ESCOBAR
Guardas! Guardas!
Homens correm para interceptar o homem, mas ele os evade e se atira aos pés de Xena. Xena se inclina sobre a mesa para olhar para ele.
XENA
Levante-se.
O homem se ergue de joelhos.
HOMEM
Vossa Majestade, por favor!
Eu preciso de sua ajuda!
O salão se agita nervosamente.
ESCOBAR
Vossa Majestade, este homem
não deveria ser permitido...
GABRIELLE
Boa razão para que o
ouçamos. Continue!
Gabrielle se levanta e se vira para os criados, sorrindo para eles enquanto ela toma as tigelas das bandejas e as desce, colocando as que eram para ela e Xena diante de Malcos e Escobar. Ela desce outras tigelas para ela e Xena, depois se senta novamente.
GABRIELLE
(continua)
Desculpe. Já se passou
muito tempo desde o café.
Os dois criados olham um para o outro em desespero.
HOMEM
Vocês parecem querer ouvir a verdade.
Eu vou lhes dizer a verdade sobre o quão
FALSOS ESSES HOMENS SÃO!
O homem aponta para a mesa. Todos congelam em choque. Xena toma uma colher cheia da sopa e a toma em silêncio.
XENA
Sem essa caca de ovelha, Cícero.
(pausa)
Continue. Conte-nos mais.
O homem sorri. Malcos estende sua tigela de sopa.
MALCOS
Aqui, meu bom homem. Tome um pouco.
Você parece que pode fazer melhor uso disto.
O homem pega a tigela e começa a beber.
DESVANECE PARA:
CENA INT. SALÃO DO BANQUETE - DIA - MOMENTOS DEPOIS
O homem pára no meio do gole.
HOMEM
Eca. Lentilhas.
Ele abaixa a tigela no chão.
HOMEM
(continua)
Elas me dão coceira. Agora,
Vossa Majestade, deixe-me
começar minha história.
O homem retira um pergaminho gasto de seu bolso traseiro, e o desenrola. Ele está coberto com uma fina escrita, na frente e atrás, e tem até laterais nas margens.
HOMEM
(continua)
Eu sofri todas as injustiças por
uma década. Eu ouvi dizer que a
senhora é uma mulher justa, e eu tenho
certeza de que irá consertá-las todas!
Xena é pega bebendo da borda da tigela de sopa quando as cabeças de todos giram para olhar para ela. Ela ergue uma sobrancelha, e cospe um pouco de raiz de volta na tigela antes de abaixá-la.
XENA
De quantas estamos
falando aqui?
HOMEM
(contando silenciosamente)
Quatrocentas e doze.
Todos engasgam.
XENA
Vai ser duro de resolvê-las em
um dia. É melhor ler rápido.
MALCOS
Não! Quer dizer... Não podemos
permitir! Isso irá nos arruinar!
XENA
Com alguma sorte.
Os cidadãos na sala engasgam. Malcos se levanta abruptamente.
MALCOS
Não! Eu não permitirei isso!
Nós devemos detê-lo!
Todos! Comigo! Agora!!!
Malcos salta sobre a mesa. O resto da multidão hesita, depois todos pulam e atacam o homem, segurando qualquer coisa nas mãos, como facas, garfos e tigelas, para bater nele com elas.
HOMEM
Matem-no!
MULHER
Rasguem-no!
A frustração do ano que passou agora vem à tona enquanto a multidão se torna selvagem e se transforma em uma turba furiosa e alucinada. O homem grita, e desaparece sob uma pilha de braços, pernas, e utensílios tremulando.
CORTA PARA:
CENA INT. SALÃO DE BANQUETE DA ESTALAGEM - DIA - AO MESMO TEMPO
Xena e Gabrielle olham fixamente para a pilha em ebulição, depois uma para a outra.
GABRIELLE
O que era aquela conversa
sobre serem pacíficos?
XENA
O que era aquela conversa
sobre não chutar traseiros?
Ambas se levantam e jogam de lado seus guardanapos, chutam suas cadeiras, e saltam sobre a mesa na direção da luta, em perfeito uníssono.
CORTA PARA:
CENA INT. SAGUÃO DA CIDADE - FINAL DA TARDE
Todos estão no saguão da cidade. Desta vez, as pessoas prósperas estão atrás da balaustrada. Elas estão sujas. Elas estão feridas. Elas estão contundidas. Muitos têm roupas rasgadas. Parece que o bando inteiro deles foi arrastado por vários cavalos por uma estrada muito acidentada e então apareceram ali.
O resto dos cidadãos está sentado nos bancos, com os dedos das mãos entrelaçados e em seu melhor comportamento.
Xena e Gabrielle entram. Suas roupas estão imaculadas e sem dobras. Elas não têm nem uma manchinha de sujeira em nenhuma delas. Elas parecem viçosas como margaridas enquanto caminham até a plataforma e se sentam em seus tronos juntas.
XENA
Todos estão aqui?
Todos assentem.
XENA
(continuam)
Que bom.
Ela pára, e olha para Gabrielle.
XENA
(continua)
Gabrielle?
Gabrielle se levanta e pigarreia.
GABRIELLE
Certo. É bastante óbvio para
nós que o sistema de vocês aqui
simplesmente não está funcionando.
Hesitantemente, Escobar ergue a mão. Gabrielle pára e olha para ele.
GABRIELLE
(continua)
Sim?
ESCOBAR
Acho que nós simplesmente fomos
arrebatados. Ele normalmente não é assim.
Os cidadãos surrados murmuram, concordando.
HOMEM POBRE
Sim, claro. Vocês simplesmente
subornavam a juíza e pronto!
Os cidadãos pobre começam a gritar, concordando. Xena se levanta.
XENA
SILÊNCIO!
Todos se calam como se suas línguas tivessem sido cortadas.
XENA
(continua)
Suas tradições são porcarias sem sentido.
Gabrielle pigarreia.
GABRIELLE
Vocês têm usado as tradições
para mascarar a injustiça.
XENA
(em voz baixa)
Foi o que eu disse.
GABRIELLE
Vocês deixam tudo se amontoar
durante o ano todo, e depois dão
um jeito nisso sem resolver
é nada. Isso não é justo.
MALCOS
(impenitente)
É justo! Nós pagamos um
bom dinheiro pra isso!
Xena grunhe. Malcos se encolhe e desaparece.
GABRIELLE
Isso não é justiça. Vocês só
resolvem do jeito de vocês
porque têm mais dinheiro.
ESCOBAR
Bem, este é o jeito que fazemos
aqui. Isso é escolha nossa!
A multidão atrás concorda. A multidão na frente descorda. Xena se levanta e todos caem em silêncio novamente. Xena se vira e lança um olhar significativo para Gabrielle. Gabrielle expira, e encolhe os ombros.
GABRIELLE
Vocês realmente acreditam que essa é
a melhor forma? Machucar pessoas
pobres para que as pessoas ricas
tenham o que elas querem?
A multidão atrás tem o decoro de parecer embaraçada. A multidão na frente esfrega uma lágrima de seus olhos.
ESCOBAR
Hum... que outro jeito há?
Xena e Gabrielle trocam olhares. Xena suspira, depois retira uma moeda do bolso do cinto e a atira para Gabrielle. Gabrielle a apanha e pisca.
GABRIELLE
Fico feliz por você ter perguntado.
Nós temos algumas idéias.
FADE OUT.
FIM DO QUARTO ATO
CONCLUSÃO
FADE IN:
CENA INT. JARDIM REAL - ANOITECER
É perto do pôr-do-sol. Xena e Gabrielle se sentam juntas no banco do jardim, vestidas em suas costumeiras roupas de viagem. Perto delas estão suas bagagens. A casa atrás delas é escura, e e mostra evidências de ter sido posta a baixo. Há ricos tecidos pendurados na janela, e as venezianas estão faltando. Escadas de mão estão inclinadas contra as paredes.
GABRIELLE
Sabe, eu estive pensando.
XENA
Se você disser que está imaginando
se fizemos a coisa certa, eu vou
lhe bater na cabeça com
estas margaridas.
Gabrielle ri.
GABRIELLE
Não. Eu sei que fizemos. Convencê-los
a eleger um júri de metade de pessoas
ricas e metade de pobres é um grande
começo para uma verdadeira justiça.
Xena se inclina para trás sobre as mãos e olha para o pôr-do-sol.
XENA
Você realmente acha isso?
GABRIELLE
Você não?
Xena continua em silêncio.
GABRIELLE
(continua)
Você acha que eles simplesmente
vão voltar a fazer o que têm feito,
apenas encontrando alguém mais
subornável no próximo ano, não é?
XENA
Bem...
Gabrielle franze a testa.
GABRIELLE
Eu acho que eles ao menos vão tentar outro
caminho. Todas aquelas pessoas que foram
trapaceadas não os deixarão não tentar.
Xena aparentemente tem suas dúvidas.
XENA
Talvez.
Gabrielle enlaça o braço entre o braço de Xena, e se inclina contra ela.
GABRIELLE
Você precisa ter mais fé nas
pessoas, Xena. Às vezes elas
podem lhe surpreender.
Xena olha para Gabrielle. De repente as palavras têm um significado mais profundo do que parecem na superfície. Xena olha dentro dos olhos de Gabrielle.
XENA
(séria)
Às vezes elas não lhe
surpreendem de todo.
Gabrielle olha para baixo, depois olha de novo para Xena.
GABRIELLE
Não, às vezes não.
Xena toma a mão de Gabrielle, e elas ficam sentadas observando o pôr-do-sol juntas. Depois de alguns minutos de silêncio, Xena se inclina e dá um beijo na bochecha de Gabrielle.
XENA
Você estava certa. Às vezes
falar sobre um problema
é a escolha certa.
Gabrielle parece encantada.
GABRIELLE
Mas você estava certa também.
Às vezes você simplesmente tem que
surrar as pessoas para fazê-las ouvir.
Elas passam alguns mais momentos observando o pôr-do-sol. Ele as pinta com uma rica luz vermelho-dourado.
GABRIELLE
(continua)
Além disso, nós sempre podemos
voltar no próximo ano e dar
uma verificada neles.
XENA
Hum. É.
Xena descansa a cabeça contra a de Gabrielle.
XENA
(continua)
E surrar a todos
de novo.
Ambas dão risada. Gabrielle se inclina atrás dela e puxa uma nova sacola de couro, obviamente preenchida com algo.
XENA
(continua)
O que é isso?
GABRIELLE
Nossos vestidos. Eu os
resgatei da retalhadora.
Xena parece intrigada.
XENA
É?
GABRIELLE
Eu achei que talvez você iria gostar
de se juntar a mim para um pequeno
piquenique de meia-noite e danças.
XENA
Humm... Acho que eu bem poderia
ser subornada para aparecer lá.
GABRIELLE
Ah é? Quanto?
Elas se beijam.
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