sexta-feira, 11 de julho de 2008

Opções Finais - Terceiro Ato

CENA EXT. CIDADE DO EGITO - DIA

Xena e Gabrielle caminham pelas ruas de uma movimentada cidade do Egito, vestidas em mantos para se misturarem ao povo. Mesmo assim, elas recebem olhares cautelosos dos nativos.

GABRIELLE
Você tem a sensação de
estar sendo observada?


Xena evade de um camelo que tenta mordê-la.

XENA
Sim.

Na distância, pode-se ver uma imensa pirâmide. Há muitas pessoas na cidade. Ela está barulhenta e caótica, e tanto Xena quanto Gabrielle são freqüentemente acotoveladas e empurradas.

GABRIELLE
Você acha que nós estamos
parecendo muito diferentes?

Xena observa duas mulheres nativas em decentes vestidos reservados, com os rostos cobertos, despejando água de um poço coberto e guardado. Em contraste, seus mantos e o de Gabrielle são quase extravagantes, e ambas portam visíveis armas.

XENA
Nem.

Gabrielle pára para observar quando um número de homens lindamente vestidos cruza diante delas, se dirigindo para uma grande estrutura no topo de uma colina perto dali.

GABRIELLE
Acho que eles estão indo para o templo,
Xena. É para lá que nós temos que ir.

XENA
Tem certeza de que é lá onde o Olho está?


Gabrielle não parece inteiramente segura.

GABRIELLE
As tabuletas mostravam uma das deusas
com ele em volta da cintura, como uma cinta.

XENA
Se é que é o mesmo.

Xena e Gabrielle são forçadas a parar quando uma fileira de camelos cruza diante delas, carregando homens vestidos em mantos de deserto não muito diferentes dos delas.

GABRIELLE
Eu não acredito que haja dois
talismãs tão feios quanto.

XENA
Hum. Tem razão.

Os camelos passam e Xena e Gabrielle cruzam o espaço aberto e seguem um estável curso de nativos que se dirigem para a estrutura em torre na colina.

GABRIELLE
Xena?

Gabrielle está olhando para as fileiras de guardas perto da construção, todos eles carregando imensos e curvos sabres. Xena parece mais interessada nas estreitas e curvas ruelas por onde eles continuam passando.

GABRIELLE
(continua)
Nós não vamos simplesmente ir entrando lá e ir
pedindo para falar com a deusa deles, vamos?


Xena puxa Gabrielle para um lado da estrada, um pouco fora da multidão.

XENA
Não.

Gabrielle parece aliviada.

XENA
(continua)
Nós não vamos pedir. Venha.
Acho que conheço um atalho.

Xena puxa Gabrielle para uma ruazinha, assim que alguns dos suspeitos nativos começam a se mover na direção delas.

GABRIELLE
(Voz em Off.)
Ah não. Um atalho não.

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO NO EGITO - TEMPO INDETERMINADO

Anúbis se ajoelha na frente de um altar. Em cima dele está o chakram. Os olhos de Anúbis estão fechados e ambas as mãos estão erguidas para os lados em uma pose egípcia clássica. Ele está aparentemente intensamente concentrado em algo.

Ele está sozinho na sala, mas vozes sussurram em volta dele, em palavras de uma linguagem desconhecida.

O chakram começa a incandescer, e então, inexplicavelmente, ele pára e volta ao normal.

Anúbis deixa suas mãos caírem no altar. Ele abre os olhos e olha para o chakram com algo próximo à estupefação.

Ares entra, com Qetesh de reboque. Ele passeia até o altar, examinando o chakram com uma careta.

ARES
Eu não estou sentindo
nada se soltando aqui.

Anúbis dobra as mãos juntas em uma pose de contenção.

ANÚBIS
Como eu lhe disse, este é
um problema complexo.

ARES
Não, não é.

Ares estende seus punhos um ao lado do outro. Ele ergue um.

ARES
(continua)
Bom.

Ele ergue o outro.

ARES
(continua)
Ruim.

Ele separa as mãos e as abre em um exagerado dar de ombros.

ARES
(continua)
Onde está o problema?


Os olhos de Anúbis se estreitam, e seus lábios caninos se levantam em um leve rosnar. Ele se levanta e deliberadamente caminha para longe de Ares, indo até uma fonte construída dentro dos muros onde a água escorre da boca de uma esfinge para dentro de uma vasilha de pedra.

Anúbis examina a água, emproando a cabeça para um lado como que se escutando a voz dela.

QETESH
O que é isso?

Ares aponta para o chakram.

ARES
Isto? Um enorme de um pé no saco.
(pausa)
Assim como sua habitual proprietária.

Anúbis se inclina para frente, dobrando as mãos nos braços de seu manto e delicadamente bebendo a água com lambidas.

QETESH
De quem é ele? Eu achei que fosse seu.

Anúbis se endireita e se vira.

ANÚBIS
Não, não é dele. Há um poder aqui,
uma força nisto, que está bem além
da débil e senil decrepitude dele.

ARES
Ei!
(apontando)
Não sou eu quem está bebendo
em um prato de cachorro aqui.

Anúbis volta ao altar e se ajoelha.

ANÚBIS
Qetesh entenderia o poder
disto. O amor o une.

Anúbis fecha os olhos, e volta a se concentrar. Ares gira os olhos e se encosta no altar.

ARES
Amor. Ah, dá um tempo.


Qetesh olha para ele em horror, desapontada.

QETESH
Você zomba de mim!

Qetesh sai correndo dali. Ares se vira para observar Anúbis, que está ajoelhado em completo silêncio. Depois de um momento, Ares balança a mão na frente do focinho de Anúbis. Não há reação. Com um desgostoso meneio de cabeça, Ares parte.

Um momento depois, o chakram começa a resplandecer novamente. Desta vez, ele não se obscurece.

CORTA PARA:

CENA EXT. TEMPLO DO EGITO - RUELA AO FUNDO - DIA

É um espaço sujo, cheio de lixo e resíduos do templo. Um poço de escada leva para baixo do nível da rua, até o que parece serem catacumbas.

Xena mete a cabeça na esquina, depois se move na direção das escadas enquanto Gabrielle faz seu caminho cuidadosamente entre o lixo atrás dela.

GABRIELLE
Xena, onde nós estamos?

Xena olha em volta do espaço sujo. Ela sorri com a memória da última vez que o viu.

XENA
Por aqui nós conseguiremos entrar
no templo sem sermos vistas.
Venha. A única coisa ruim...

GABRIELLE
Além do cheiro?

XENA
Espero que você goste de ratos.


Gabrielle puxa mais firmemente as capas de seu manto enquanto segue Xena descendo pelos degraus de pedra.

GABRIELLE
Você é quem tem trauma com ratos.

XENA
Não é trauma. Eu só os odeio.

Xena e Gabrielle desaparecem pelos degraus. Assim que elas somem, vários homens passam correndo pela ruela, olhando em tudo à volta. Depois de um momento, eles escapam passando para além dos degraus e desaparecem.

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO - TEMPO INDETERMINADO

Anúbis levanta as mãos e o chakram lentamente se ergue e começa a girar.

Anúbis começa a cantar, e o chakram gira ainda mais rápido.

CORTA PARA:

CENA INT. CATACUMBAS DO EGITO - DIA

Xena e Gabrielle se movem com esforço por um corredor que está na maior parte escuro. Xena carrega uma tocha, e a luz dela reflete alcovas que têm corpos deitados silenciosamente nelas. Há uma grande quantidade de poeira em volta, e ela se ergue enquanto elas caminham. Gabrielle puxou uma dobra do manto para cima, para cobrir a boca.

Ratos correm por todos os lugares. Xena cuidadosamente evita pisar neles enquanto empurra de lado pedaços caídos de pedra e madeira. Elas passam por sarcófagos com elegantes entalhes neles, e Gabrielle pára para tocar um.

GABRIELLE
É lindo.

Xena olha para o entalhe. Ela encolhe os ombros e continua andando, encontrando o caminho de sua única memória desse lugar.

XENA
Desperdício de muitas boas facas de entalhe.
Ninguém pode ver isso aqui embaixo.

Gabrielle coloca a mão no sarcófago, depois se vira e segue Xena.

GABRIELLE
É, eu nunca me liguei muito em arte funerária.
(em voz baixa)
Principalmente na sua.


Xena olha para trás, ouvindo-a. Ela pára e espera Gabrielle alcançá-la.

XENA
Você está bem?

Gabrielle corre os dedos pelo cabelo.

GABRIELLE
Sim. Você odeia ratos. E eu
odeio piras fúnebres. Vamos.

Xena pára e coloca o braço em volta de Gabrielle, puxando-a para perto e lhe dando um singelo beijo no topo da cabeça. Gabrielle continua em silêncio por um momento, depois retribui o abraço.

XENA
Nós estamos quase lá.

Gabrielle sorri.

XENA
(continua)
AI!

Gabrielle se assusta. Xena chuta um rato de seu pé, e elas começam a se mover novamente.

Xena e Gabrielle caminham por um corredor arqueado e encontram um imenso bloco de pedra preenchendo o corredor, bloqueando o caminho. Não há outra saída do local além daquela por onde elas entraram.

Xena se vira para olhar para trás, para o caminho por onde elas vieram. Na escuridão, um campo inteiro de olhos vermelhos brilhantes olham de volta para ela.

XENA
(continua)
Isso responde àquela questão.


Xena entrega uma tocha para Gabrielle, e começa a procurar por uma maneira de mover a rocha.

DESVANECE PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO - CÂMARA INTERIOR - DIA

Ares está andando de um lado pro outro. Ele está sozinho na câmara, e ele ignora a mesa cheia de comida e vinho que se estende de um lado do quarto.

Repentinamente, ouve-se um som tipo o de sino. Ares pára e espicha a cabeça, escutando.

Ares sorri.

ARES
Ahh... Agora sim, isso é que música para meus ouvidos.

Ares se investe contra a porta e a abre, espiando para dentro. Sobre seu ombro pode ser vista a forma de Anúbis, de olhos fechados, com as mãos estendidas.

Sobre o altar, o chakram está girando rapidamente, obviamente desenvolvendo alguma coisa.

Ares lança uma mão fechada no ar.

ARES
(continua)
Yes! Isso!

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO - CATACUMBAS - PORTAL

É uma câmara octogonal. De um lado está a entrada para as catacumbas inferiores, agora cheias de entulhos de pedra. Xena está emergindo dos entulhos, espanando as mãos enquanto chuta partes da tabuleta de pedra para fora de seu caminho.

Gabrielle emerge atrás dela. Elas cruzam a câmara interna e chegam a uma grande e ornada porta. Ela está trancada - mas pelo lado de dentro.

Xena coloca a mão na barra da tranca e começa a levantá-la, depois pára e se inclina contra a porta.

GABRIELLE
Xena?

Xena continua em silêncio por um breve momento.

XENA
Ares está aqui.


GABRIELLE
Ah. Ótimo.
(pausa)
Isso simplifica as coisas.

Xena olha para ela.

XENA
Simplifica?

Xena destranca a porta e a puxa, abrindo-a. Do outro lado, um altivo e ornado corredor pode ser visto, bem iluminado e imaculadamente mantido a meio andar de escadas.

Gabrielle começa a se mover passando por ela, e Xena agarra seu braço.

GABRIELLE
O que foi?

XENA
Vá encontrar o Olho. Eu vou atrás
de Ares, e ver se eu posso...

GABRIELLE
'Tá.

Gabrielle se vira e caminha subindo pelos degraus sem dizer outra palavra. Xena a observa partir, ciente de que algo não está muito bem.

XENA
Não há tempo para isso agora.

Xena dá o segundo passo da vez e vai na direção oposta, seguindo seus instintos.

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO – CORREDOR – MOMENTOS DEPOIS

Gabrielle caminha pelo corredor, parando cuidadosamente a cada interseção, escutando e prestando atenção a cada possível perigo.

GABRIELLE
(murmurando)
Vá encontrar o Olho. Como se eu fosse obrigada
a saber onde está esse maldito mausoléu.

Gabrielle ouve vozes se aproximando. Ela se encosta em um vão de porta e pressiona seu corpo contra a pedra.


Dois homens passam, conversando em voz baixa. Eles não vêem Gabrielle.

HOMEM
O faraó vê sombras em cada esquina.
Agora ele nos pede para encontrar mulheres
estrangeiras. Isso nunca vai terminar?

HOMEM MAIS VELHO
É a profecia, Ekmet. Fique quieto.

Os homens passam da extensão de escuta. Gabrielle se move devagar para dentro do corredor novamente.

GABRIELLE
Ótimo. Que coincidência. Nós aparecemos e
eles nos querem. A história da minha vida.

Gabrielle continua a descer pelo saguão. Mais vozes se aproximam. Desta vez, há muitas delas. Gabrielle olha em volta procurando por um lugar para se esconder, mas vê apenas uma larga e ornada porta sem vão.

Ela faz força na porta e ela se abre. Aliviada, ela vai para dentro e fecha a porta, assim que uma dúzia de homens armados movem-se em conjunto pelo corredor passando por ali.

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO - SALA DO ALTAR DE QETESH.

Gabrielle se detém. Ela olha em volta do salão onde está, em uma grande surpresa. Ele é profusamente mobiliado. Há um altar ao fundo, e nas outras paredes estão penduradas finos panos em cores brilhantes. Há grandes jarros de óleos perfumados por todos os lugares, e um aroma de incenso é quase opressor.

Gabrielle caminha até o altar. Há várias ofertas nele... lindos entalhes, adornos dourados, e flores.

Há uma sensação de paz no lugar, a qual Gabrielle não sentiu em nenhum outro lugar do templo.

GABRIELLE
Isto sim é lindo.


Gabrielle examina as paredes, as quais têm hieróglifos e imagens intricadamente entalhadas nelas.

GABRIELLE
(continua)
Fico imaginando que tipo
de deus vive aqui.

Qetesh aparece atrás de Gabrielle, que não a vê. Qetesh lentamente caminha em volta de Gabrielle e a observa atentamente, com grande curiosidade.

Gabrielle caminha até a parede e segue com os dedos uma das imagens, que parece ser uma linda mulher com muitas pessoas curvadas a ela, e oferecendo-lhe presentes.

GABRIELLE
(continua)
Uma deusa amada, acho.

Qetesh parece encantada com isso. Ela se coloca de frente para Gabrielle e balança os dedos, tornando-se visível a ela.

QETESH
Quem é você?

Gabrielle pestaneja, surpresa, mas tendo estado às voltas com deuses várias vezes em sua vida, ela não se alarma.

GABRIELLE
Meu nome é Gabrielle.

Qetesh se inclina contra o altar.

QETESH
É um nome estranho. Por que você
veio aqui? Você se aproximou
de meu altar de mãos vazias.

Gabrielle caminha até o outro lado do altar e examina as ofertas.

GABRIELLE
O que eles estão pedindo a
você, esses que vêm aqui?

QETESH
Amor.

Gabrielle sorri.

GABRIELLE
Eu já o tenho. Mas eu gostaria de conversar com
você sobre algo que eu estou procurando.


Qetesh parece surpresa com isso. Ela se levanta e toca a parede perto do altar. Ela se abre a seus dedos e revela um imenso tesouro de presentes.

QETESH
Se você tem amor, então por que
veio aqui? Veja, estas são as coisas
ofertadas a mim em retribuição pela
minha atenção. Não são lindas?

Os olhos de Gabrielle são levados a uma cesta no centro do tesouro, da qual uma corrente se acortina livremente. Ela está atada ao Olho de Hefesto.

GABRIELLE
Certamente que são.

Qetesh fica muito satisfeita com a resposta.

QETESH
Para cada um, eu concedi um amor ao
coração, se tal coração fosse sincero.

GABRIELLE
E se não fosse?

Qetesh ri.

QETESH
Então eu consegui um lindo presente.

Gabrielle lentamente se aproxima. Ela aponta para um adorno dourado.

GABRIELLE
Quem te deu este?
É muito bonito.

A deusa o ergue.

QETESH
Um grande homem na corte da
segunda dinastia. Ele desejou uma
esposa que lhe desse um filho.

GABRIELLE
Ele conseguiu o que queria?


QETESH
Conseguiu.

GABRIELLE
Você deve ser muito poderosa
então. E quanto a este?

Gabrielle toca o Olho. Qetesh se afasta, repentinamente evasiva. Ela se vira e gesticula, e o gabinete se fecha quase prendendo as mãos de Gabrielle.

QETESH
Fale-me mais sobre você, Gabrielle
de nome estranho. Por que você está
aqui, se não é amor que você procura?

Gabrielle está com um dilema secundário.

GABRIELLE
Bem, é assim. Eu estou aqui procurando
por um presente, para uma amiga minha.

QETESH
Um presente?

Gabrielle vai até o altar e pega uma das ofertas, colocando-a na mão e estendendo-a. É uma pequena estátua de um camelo, em ouro.

GABRIELLE
Tipo assim. As pessoas dão um presente
a você e você lhes dá algo em troca.

QETESH
Se elas merecerem.

Gabrielle coloca o presente de volta.

GABRIELLE
Bem, eu tenho uma amiga que me deu
um grande presente, e eu quero dar
a ela algo em troca. Por exemplo,
aquele negócio lá dentro.

QETESH
Lá dentro?

GABRIELLE
Na sua maravilhosa coleção. Minha amiga
iria verdadeiramente gostar dele. Eu
poderia trocar com você por algo?


Qetesh está desconfiada. Ela não está acostumada a ver mortais fazendo negócios com ela. Ela vai até o gabinete e o abre, retirando o Olho.

QETESH
Isto não é algo pelo qual eu faça trocas. Ele
me foi dado por um homem muito, mas muito
formidável. Um deus. Ele disse que iria me
proteger. Por que eu deveria desistir dele?

GABRIELLE
Mas...

QETESH
Além disso, o que você tem para
me dar? Suas mãos estão vazias.

Gabrielle hesita. Ela não tem nada além de suas armas e suas roupas nas costas. Sua expressão se ilumina repentinamente, e ela sorri.

GABRIELLE
Mas meu coração está cheio. Eu acho que tenho
algo que posso trocar com você por isso.


QETESH
Ele é poderoso? Isto...

Ela ergue o Olho.

QETESH
(continua)
...me dá um grande poder.
Seu presente pode fazer o mesmo?

Gabrielle se endireita reta, e começa a desamarrar o cinto que mantém seus mantos fechados.

GABRIELLE
Acho que pode. Por que
você não descobre?

CORTA PARA:

CENA INT. TEMPLO EGÍPCIO - CÂMARA INTERNA – POUCO TEMPO DEPOIS

Ares está de pé na porta, observando o que está acontecendo na sala do altar.

A porta atrás dele se abre, e ele se vira, não de todo aparentemente surpreso em ver Xena ali.

ARES
Bem, bem. Demorou.
(rindo)
Você está ficando lenta, Xena.
Ficando velha.

Xena o ignora. Ela caminha pela porta e olha para dentro, seus olhos se alargam quando ela vê o deus e o chakram girando.

XENA
O que ele está fazendo?

Ares fica na frente dela e bate a porta, tirando-a dali.

ARES
Você vai descobrir muito em breve.

Agora Xena se vira para olhar para Ares.

XENA
No que você está metido agora?
Rebaixando-se a furtos, Ares?

Ares ri. Ele caminha até ela e coloca o braço sobre seu ombro.

ARES
Eu estou consertando o seu problema, Xena.

XENA
Meu problema? Ares, no momento você é o
meu problema. Você pode consertar isso?


ARES
Xena, Xena, Xena.
(mostrando interesse)
As coisas começaram a decair
quando você colocou toda aquela...
coisa delicada... no meu belo presente.

Ares alcança e agarra o queixo dela.

ARES
(continua)
Só estou o confiscando.
(dando risada)
Vai fazer um mundo de diferença.
Prometo a você.

Xena se solta e empurra Ares para trás.

XENA
Você está louco.

Ares olha para baixo.

ARES
Dá para notar?
(olhando para Xena)
Talvez eu estivesse errado, é duro de
acreditar nisso. Vá embora, Xena.
Eu não preciso de seu sermão.

XENA
O mundo não precisa
de sua interferência.

Um som alto de estrondo reverbera pelas paredes. Ares se vira para olhar para a porta fechada, e ri.

ARES
Acho que iremos descobrir isso, não iremos?

Ares estala os dedos e desaparece. Xena se arremete em cima dele e agarra sua sombra, mas a única coisa que resta é a sua risada ecoando pela sala.

XENA
Filho da mãe!

Xena vai até a porta e tenta abri-la, mas ela está trancada forte, as beiradas alinhadas com metal e e tão firmemente fechada que nem mesmo se mexe quando ela a puxa e empurra com toda a sua força.

XENA
(continua)
ARES!!!!!!

A risada de Ares ainda ecoa.

ARES
(Voz em Off)
É meu, Xena. Eu o tomei de volta.
(rindo)
Quando você sentir isso... você virá rastejando
de volta para mim também. Pode esperar.

O eco se dissolve. Xena golpeia os punhos contra a porta. Ela se inclina contra a porta, e vira a cabeça em uma atitude de escuta, como se ela pudesse sentir algo através da porta.

XENA
Não.


Os olhos de Xena se fecham, enquanto ela sente o chakram se separar.

XENA
(continua)
(sussurrando)
Não.

FADE OUT.

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