sábado, 5 de julho de 2008

Divididas Nós Caímos - Segundo Ato

CENA int. templO - DE TARDE.

Gabrielle corre para dentro do templo, procurando desesperadamente por algum sinal de Xena.

gabrielle
Xena!!

Ela rapidamente examina o chão, o qual está coberto de destroços caídos. O lugar está tão mofado e silencioso quanto uma tumba. Ela corre em direção ao altar semi-destruído, saltando por sobre pedaços de mármore e alvenaria, sem realmente registrar suas ações. Ela geme suavemente quando avista sua amada caída, suas pernas presas entre os restos de um pesado altar, imóvel.


gabrielle
(continua)
Não. Não, de novo não.
Por favor, de novo não.


Caindo de joelhos, ela estende uma mão trêmula, com lágrimas já embaçando sua visão. Seus dedos infalivelmente encontram a pulsação no pescoço de Xena, e seus olhos se comprimem fechando firmemente de alívio quando ela sente a forte e estável batida debaixo da ponta de seus dedos.

Gabrielle
(continua)
Oh, deuses, graças.
(pausa)
Xena? Xena, você pode me ouvir?

Não há resposta, e Gabrielle se inclina para trás, avaliando a situação. O mármore do altar é frio ao toque, um frio quase antinatural, e muito pesado, mas demonstra ceder quando ela aplica uma leve pressão.

Pulando para ficar de pé novamente, ela usa toda a sua força para erguer como uma alavanca o pesado objeto acima das pernas de Xena. Para seu alívio, a grossa armadura de Xena parece ter protegido suas pernas de qualquer dano permanente.

Xena se mexe quando o som da tábua atingindo o chão ecoa pelo aposento antes silencioso, e ela geme suavemente quando seus olhos vagarosamente se abrem e piscam tentando focalizar.
Vendo isso, Gabrielle cai de volta aos seus joelhos, com um sorriso brilhante.


gabrielle
(continua)
Bem-vinda de volta.

Xena não responde imediatamente. Seus olhos normalmente claros estão vítreos e enevoados.

Gabrielle franze a testa. Abaixando-se, ela toma a mão de sua parceira e a aperta gentilmente.

gabrielle
(continua)
Xena?

Xena pisca, e produz um lento sorriso.

xena
Nunca poderíamos… resistir a um… bom mistério.

Rindo suavemente, Gabrielle ajuda Xena a se sentar, depois a apóia quando Xena se segura nela por um breve momento, esfregando a área sobre a testa e franzindo-a.


gabrielle
O que há de errado? Você está com dor?

xena
Não. Foi só uma pequena vertigem. Eu estou bem agora.

Xena se puxa e ergue-se de pé. Ela olha em volta do interior destruído, depois para a tábua de mármore que cobria suas pernas, depois para Gabrielle.

gabrielle
Você se lembra do que aconteceu?

xena
Só alguns pedaços.
(pausa)
Eu me lembro de andar aqui, no altar,
e um clarão de luz vermelha. O resto....
(pausa)
Por quanto tempo eu fiquei desmaiada?

gabrielle
Não muito. Tem certeza de que você está bem?
Você levou um baita tombo.


Em vez da irritação que Gabrielle meio que esperava, Xena sorri e dá um gentil toque no rosto de Gabrielle.

xena
Eu estou bem. De verdade.

Gabrielle retribui o sorriso, embora uma semente de inquietude ainda permaneça com ela.

gabrielle
Bem, se você tem certeza, talvez nós possamos
pensar em sair daqui. Estas colunas
não parecem muito estáveis.

Xena olha em volta, depois balança a cabeça, concordando.

gabrielle
(continua)Então vamos.

dissolve PARA:

CENA ext. CIDADE - NOITINHA.

O crepúsculo surge bem na hora em que Xena e Gabrielle estão voltando para a cidade. Os mercadores fecharam suas barracas pela noite, e as ruas estão cheias de pessoas caminhando para casa para jantar. Tochas acesas em lugares altos iluminam o caminho.

O ferreiro se aproxima quando Xena e Gabrielel caminham pela via pública principal.

FERREIRO
Ela está calçada, escovada, e foi colocada
no estábulo para comer alguma coisa.

gabrielle
(desconcertada)
Deuses… eu me esqueci completamente....


FERREIRO
Tudo bem, senhorita. Eu imaginei que vocês tinham saído para
explorar as maravilhas da nossa cidade. E eu tenho muitos
quartos extras no estábulo, então não foi um problema.
(pausa)
Eu estava justamente indo para a taverna de Spiros
comer alguma coisa. Vocês querem ir comigo?

Ambas as mulheres consentem, e o trio caminha pela cidade.

cORTA PARA:

CENA int. QUARTO DE DORMIR - NOITE.

A noite cai bem na hora que a refeição termina, e Xena e Gabrielle concordaram em aceitar a hospitalidade de Spiros e sua oferta por um quarto para a noite. O quarto é pequeno, mas muito limpo. Há uma cama de bom tamanho encostada em uma das paredes. Há uma pequena mesa, com um lampião a óleo aceso sobre ela, perto da cama, e uma lareira apagada cobre a maior parte da parede oposta.

Xena pára diante da janela aberta, olhando para fora, para a escuridão, enquanto uma leve brisa esvoaça o seu cabelo. Gabrielle se ocupa das suas bagagens, guardando-as em um canto perto da lareira. Gabrielle se ergue e caminha até a janela. Ela coloca a mão em cima da mão de Xena, que está levemente pousada sobre a soleira da janela aberta.


Xena vira lentamente sua cabeça e olha para Gabrielle. Ela sorri suavemente.

gabrielle
Você está bem?

xena
Sim. Só estou apreciando o silêncio.

gabrielle
(rindo)
Estava bastante barulhento lá embaixo, não é?

xena
Um pouco, sim.

Xena vira de novo para a janela, e sua expressão se torna distante e relaxada novamente.

A testa de Gabrielle se enruga.

gabrielle
Xena?

xena
Hum?

gabrielle
Onde você está?


Xena olha de novo para Gabrielle, com a sobrancelha erguida.

xena
O que disse?

gabrielle
Onde você está?
(pausa)
Desde esta tarde, quando aquele templo
desmoronou, você tem estado… em algum lugar longe daqui.
(pausa)
Isso está me preocupando. Você tem certeza de que não lhe
aconteceu nada que você não tenha me contado?

Xena se vira completamente para Gabrielle e coloca as mãos nos ombros dela.

xena
Você sabe tudo o que eu sei, Gabrielle.
Eu juro.


Xena dá um aperto mais forte nos ombros de Gabrielle, e a puxa para dentro de seus braços. As duas se abraçam fortemente por um longo momento antes de Xena se afastar levemente e traçar um polegar pelo rosto de Gabrielle, bem abaixo de seu olho.

xena
(continua)
(murmurando)
Eu te amo, Gabrielle.

Abaixando a cabeça, Xena encosta seus lábios nos lábios de Gabrielle em um beijo incrivelmente terno. Quando o beijo termina, Gabrielle olha dentro dos olhos de Xena e não vê nada além de amor e uma profunda adoração refletida de volta a ela. Suas preocupações se aquietam, por um momento, e ela não consegue conter o sorriso que surge em seu rosto.

gabrielle
Venha. Vamos para a cama.

Xena sorri.

xena
A melhor idéia que você teve o dia todo.

dissolve PARA:

CENA int. QUARTO DE DORMIR - MANHÃ SEGUINTE.

Gabrielle acorda sozinha, e pela frieza das peles ao seu lado, ela já estava sozinha há algum tempo. Preocupada, ela boceja e se espreguiça luxuriosamente, depois se senta e corre a mão pelo cabelo para colocá-lo em ordem.

Quando seu olhar se dirige para as bagagens maravilhosamente arrumadas, ela congela, com a mão no cabelo. Embora sua armadura e couros não estejam mais ali, as armas de Xena permanecem de lado, brilhando na luz lançada através da janela aberta.

Determinada, Gabrielle desliza da cama e se veste rapidamente, deslizando seus sais para dentro de suas botas e apertando a saia.

Gabrielle
Hora de conseguir algumas respostas.

cORTA PARA:

CENA int. TAVERNA - MANHÃ.

Gabrielle desce as escadas e entra na sala de jantar da taverna, onde habilmente se desvia de uma colisão com Spiros. Ele está saindo da cozinha carregando uma bandeja cheia.

Spiros se vira e sorri hospitaleiramente.

spiros
Bom dia pra você, Gabrielle! Eu reservei uma mesa
pra você ali no canto. Se você puder apenas....

gabrielle
Obrigada, Spiros, mas eu preciso encontrar Xena primeiro.
Você a viu esta manhã?


spiros
Sim. Talvez há uma hora atrás, eu acho.
Ela estava se dirigindo para os estábulos.

gabrielle
Obrigada!

Gabrielle deixa a taverna.

cORTA PARA:

CENA INT. ESTÁBULOS - MANHÃ.

O ferreiro sai dos estábulos assim que Gabrielle estava para entrar. Ele a saúda com um sorriso brilhante enquanto limpa suas pesadas mãos em seu já imundo avental de couro.

FERREIRO
Bom dia, senhorita.
Seu cavalo está lá fora, no curral, se você quiser vê-lo.

gabrielle
Obrigada. Xena está com ela?

FERREIRO
Não. Eu a vi há bem pouco tempo, mas ela estava indo
para a floresta. Ela disse que voltaria logo.

gabrielle
Obrigada. Eu preciso falar com ela.
Nós estaremos de volta com o dinheiro que te devemos.

FERREIRO
Sem pressa, Senhorita. Fique a vontade.

gabrielle
(agradecida)
Obrigada.

cORTA PARA:

CENA ext. templO - dIA.

Xena se senta nos degraus do templo, olhando para fora, para além da floresta. A superfície tensa de seu rosto se suaviza quando ela vê Gabrielle caminhar para dentro da clareira e se aproximar.


gabrielle
Achei que fosse te encontrar aqui.

xena
Achou, né?

gabrielle
Sim.

Gabrielle ultrapassa a distância final entre elas e se agacha de cócoras.

gabrielle
(continua)
E agora que eu estou aqui, você vai me contar
o que está havendo com você.
(pausa, câmera no olhar de Xena)
Estou falando sério, Xena.
Eu não vou sair daqui até que você me fale.

Ela toma as mãos de Xena.

GABRIELLE
(continua)
Por favor.


Xena observa a área ao seu redor, antes de olhar de novo para Gabrielle.

xena
(hesitante)
Há algo sobre este lugar que me puxa para ele.Como se eu estivesse sendo atraída para cá por alguma razão.(pausa)E eu não sei que razão é essa.

Gabrielle balança a cabeça em sinal de consentimento, entendendo o quanto é difícil para Xena admitir algo com uma completa confiança, mesmo sendo para ela.

gabrielle
Quando isso começou?

xena
Eu senti um pouco disso quando passamos por aqui da primeira
vez. Mas desde que este templo desmoronou, o sentimento
se tornou mais forte do que nunca. Eu simplesmente não....


Sua voz vai diminuindo enquanto seus punhos se fecham de frustração.

gabrielle
Está tudo bem. O que quer que seja, nós vamos descobrir.

Xena sacode a cabeça.

xena
Eu não acho que seja possível. Não há nada aqui
além de um templo arruinado e algumas árvores mortas.

gabrielle
Tem que haver algo. O que quer que tenha feito
essa luz brilhar e o chão balançar daquele jeito....

xena
...já se foi há muito tempo.

gabrielle
(calorosamente)
Você voltou lá dentro?


xena
Eu tive que fazê-lo.

Gabrielle balança a cabeça em consentimento, relutantemente. Xena olha em volta mais uma vez, suspira de frustração, e resolutamente endireita os ombros.

xena
(continua)Certo, não há mais nada que possamos fazer aqui.

Levantando-se, ela estende uma mão para baixo, e puxa Gabrielle para ela se levantar.

Gabrielle
Nós poderíamos perguntar a Spiros sobre este lugar.
Quer dizer, ele deve saber algo sobre isso aqui, certo?
Mesmo que seja só dizer a quem pertencia o templo, não?

Xena
É uma boa idéia.

Gabrielle
(sorrindo maliciosamente)
Eu sei ter boas idéias de vez em quando.


Xena sorri e balança a cabeça, e juntas elas duas fazem seu caminho de volta para a cidade.

dissolve PARA:

CENA EXT. CIDADE - MANHÃ.

Xena e Gabrielle caminham para dentro de um cenário tumultuado. Cidadãos, armados com bastões e outras armas rudes, aglomeram-se na quadra, gritando incompreensivelmente.

Xena e Gabrielle são localizadas, e a multidão se vira para elas.

HOMEM #1
Lá está ela!

HOMEM #2
Peguem-na!

HOMEM #3
Matem a cadela assassina!

Gabrielle desembainha seus sais e se curva em uma postura defensiva. Ao lado dela, Xena observa a multidão, mas não se move.


A multidão se investe contra elas, mas pára perto da dupla, cautelosos com a armada determinação de Gabrielle.

gabrielle
O que está havendo aqui? Por que vocês estão nos atacando?

HOMEM #1
Esse monstro matou Belerron!

gabrielle
Mat-- Espera! Quem é Belerron?

HOMEM #1
Não se faça de sonsa, mulher! Ele é o ferreiro!

gabrielle
O quê?? Quando?!?


HOMEM #2
Já chega desses joguinhos!
Nós a vimos com nossos próprios olhos!
Essa harpia o matou a sangue frio!

gabrielle
Isso é impossível!
Xena não matou ninguém!
Nós nem estávamos aqui!
(pausa, enquanto olha para a sua parceira)
Xena?

HOMEM #1
Você está mentindo!

HOMEM #4
Matem-na!!

A multidão as pressiona, mas Gabrielle empurra o líder para trás, fazendo o resto hesitar novamente.

Gabrielle olha por sobre os ombros para Xena, que ainda está como uma estátua.

gabrielle
Xena, faça algo!
Ao menos se defenda!


É como se ela estivesse falando para o ar. Xena não responde. Seu rosto empalideceu para um branco antinatural, e seus olhos parecem vazios e sem vida.

Gabrielle vira de novo para a multidão.

gabrielle
(continua)Eu estou dizendo que ela não machucou ninguém!

Uma pedra voa por cima da multidão e atinge Xena na barriga. Ela não reage. Seu rosto está firme como um granito, suas emoções são indecifráveis.


Gabrielle se vira quando a multidão as circula, com armas em punho. É óbvio para todos que ela irá usar tais armas para defender a si mesma e a sua parceira.

gabrielle
(continua)Por favor, por favor parem com isso, todos vocês!
Eu não quero machucá-los! Por favor!

HomEM #5
Chega de conversa! Peguem-na!

A multidão se investe completamente, e Gabrielle começa a agir, usando seus sais para atacar, golpeando contra o tórax e a mandíbula dos homens que se arremetem até ela. Em volta de todo o círculo caem homens em amontoados confusos, somente para serem substituídos por seus compatriotas, que entram na briga de maneira desajeitada, mas com poderosa confiança em suas armas.

Três pares de mãos se esticam no meio da luta, agarram Xena, e começam a puxá-la da multidão agitada.

gabrielle
Xena!! NÃO!

Uma combinação de direita e esquerda na cabeça com a coronha dos seus sais dá conta do primeiro homem.

gabrielle
(continua)
Tirem....

Um soco no rim seguido de uma rasteira derruba o segundo homem no chão.

gabrielle
(continua)
suas... mãos....

O terceiro, bem maior que os outros dois, cai lentamente, sob um violento assalto de socos e chutes habilmente aplicados. Como uma árvore caindo aos poucos.

gabrielle
(continua)
DELA!!!


Gabrielle puxa Xena para fora, agarrando-a fortemente por cima do cotovelo, quando ela sente um golpe vindo por trás. Apenas a tempo de se desviar dele com o sai, ela liberta Xena e gira, detendo o próximo golpe com ambos os sais, e facilmente entortando o cajado provisório das mãos do homem. Ela ouve o som do ar sendo impulsionado de um par de pulmões, e, distraída, olha na direção de sua encurvada parceira bem na hora de ser derrubada por um incrível golpe atrás de seus joelhos.


Ela cai e rola, mas, quando se levanta novamente, a multidão já se fechou completamente em volta de Xena e a está arrastando para fora.

Ela tenta passar pelo meio da turba, mas é impossível.

Repentinamente, ela avista Spiros parado do lado de fora da taverna, observando o procedimento com uma expressão de dor no seu rosto. Gabrielle imediatamente corre até ele.


gabrielle
Você tem que parar isso! Por favor!

spiros
Eu não posso, Gabrielle. Não posso.

gabrielle
Você tem que fazê-lo!
A pessoa que fez isso não era a Xena!
Você tem que acreditar em mim!

spiros
Eu gostaria de poder, Gabrielle, mas eu a vi com meus próprios olhos.
Ela apareceu aqui dentro como um tufão saído das profundezas do
Tartaro, apanhou suas armas, e correu de volta para fora.
Ela machucou dois dos meus clientes que ficaram no caminho dela.
(pausa)
Depois eu a vi quando ela surrou o ferreiro até o Hades.
Ele conseguiu até dar uns golpes nela com o atiçador de fogo,
a queimou bem feio, acho, mas depois ela a tirou dele e....
(pausa)
Foi horrível. Ele tem sorte de estar vivo.

gabrielle
Ele está vivo?!? Mas eles disseram...

spiros
Ele sobreviveu. Só isso.

gabrielle
Spiros, eu posso provar que não foi a Xena.
Você disse que ela foi queimada, certo?
Bem, vá atrás deles e olhe para ela!
Você verá que não há marca de queimadura nela!

Spiros parece desconfortável, mas balança a cabeça tristemente.

spiros
Eu não posso afirmar que ela foi queimada, Gabrielle.
Talvez não tenha sido. Isso não provaria nada.
Sinto muito.

Spiros começa a se virar para ir embora, quando Gabrielle agarra seu braço e lhe gira de volta com o rosto para ela.


gabrielle
Maldito seja, me escute!
Xena não fez isso! Eu juro pra você!
(pausa)
Spiros, eu preciso da sua ajuda.
Xena salvou sua vida uma vez.
E ela nunca te pediu nada em troca.
(pausa)
Bem, eu estou pedindo. Ajude-a. Por favor.
Ela é inocente.

Spiros olha fixamente para ela. Gabrielle pode dizer que ele está começando a ceder.

gabrielle
(continua)
Por favor. Apenas vá até ela. Olhe para ela.
Você vai saber. Ela não fez isso.

Depois de um longo momento, Spiros finalmente consente.

spiros
Tudo bem. Mas se eu enxergar um pedaço de evidência,
apenas um que seja, eu vou amarrar aquela corda sobre
a árvore mais próxima e enforcá-la eu mesmo.

Gabrielle
Eu entendo. Por favor, vamos.

spiros
Não. Você fica aqui, Gabrielle.
Eles já estão meio convencidos de
que você é cúmplice dela nisso.
Deixe-me lidar com isso sozinho.

Dessa vez é Gabrielle quem relutantemente consente, e ela fica para trás quando Spiros cruza a quadra em direção ao tumulto, e de Xena.

Deixada sozinha, Gabrielle fica olhando para a única esperança de Xena. O cabelo de sua nuca repentinamente se eriça quando ela sente um par de olhos a observando.


Ela se vira, procurando, mas a quadra está deserta. De qualquer forma, o sentimento ainda está ali, e está ficando mais forte. Ela olha para trás, por sobre o ombro, na direção da floresta, repentinamente certa de que quem quer que a esteja estudando está escondido na densa vegetação além dos limites da cidade.

Seus olhos se estreitam quando percebe que quem quer que tenha causado esse tumulto está observando tudo atrás da segurança da floresta. Suas mãos se fecham em punhos e seu queixo se firma.

spiros
(gritando)
Gabrielle!

Gabrielle se vira para ver Spiros levantando seu braço bom em um semi-aceno. Xena está parada perto dele, parecendo incrivelmente pálida e cansada, mas ao mesmo tempo sem lesões. Ela corre para eles.


spiros
(continua)
Eles a colocaram sob minha custódia, por agora.
Mas eles querem provas de que você está dizendo
a verdade, Gabrielle. Provas absolutas.
Se você não puder consegui-las....

Gabrielle ergue os olhos em direção à sua parceira. Há lágrimas nos olhos de Xena, mas ela não fala nada. Estendendo a mão, Gabrielle lhe limpa uma lágrima, depois se vira para Spiros.


Gabrielle
Encontrarei uma prova, Spiros.

spiros
Que os Destinos estejam com você, Gabrielle.

gabrielle
Obrigada, mas eu acho que vou conseguir fazer isso sozinha.
(pausa)
Tome conta dela.

Com um último e longo olhar para Xena, Gabrielle se vira e se dirige para a floresta, correndo.

dissolve PARA:

cena ext. templo - dia.

Sais em punho e preparados, Gabrielle caminha para dentro da clareira em volta do templo. Seus olhos examinam a área, sem perder nada.

Surge um clarão de luz do sol em um metal, e uma figura caminha despreocupadamente para fora do templo, sorrindo de forma afetada.

O queixo de Gabrielle cai e seus olhos se alargam ao terrível reconhecimento.

xena
Olá, Gabrielle.

fade out.
FIM DO SEGUNDO ATO

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